quinta-feira, março 13, 2008

Rato fora do ninho

Eu juro que tento. Não sou do tipo cretino que procura discussão, que caça confusão.
Nada... pelo contrário. Tento seguir o conselho de Don Vito Corleone até. Aguento algumas injúrias, sabendo que não ganho nada com elas. Somente pessoas de minha inteira confiança sabem o que estou pensando ou sentindo.
Mas hoje eu fui até a usp... é eu fui, atrás de saber se conseguiria encontrar uma professora lá para confirmar o dia da reunião de um grupo de estudos sobre Nietzsche, e também para saber se seria possível eu acompanhar, mesmo que por pouco tempo e como ouvinte, o curso de inglês ou alemão de lá.
Bom, resumindo, eu não encontrei a porra da professora, e nenhuma alma viva que pudesse me informar mesmo onde aconteciam as aulas. De certo modo achei até mesmo normal, pois o lugar lá é grande. Fui com a cara e a coragem, engolindo meu orgulho, mas essa primeira tentativa não vingou.
A parte que não podia deixar de faltar foi a cena clássica do casal de namorados ativamente políticos panflentando contra alguma causa qualquer. Me ofereceram um panfleto, recusei. Acredito ainda ter poder para poder fazer o que fiz. Insistiram, recusei. Perguntaram porque, eu disse que não queria. Ai o guri reclamou, e afirmou que era por isso que o nosso país era uma droga... Ai eu perguntei porque. Qual a relação que existia entre recusar um panfleto ordinário que convocava um punhado de gente chata para uma assembléia regada a cerveja, como o próprio panfleto orgulhosamente anunciava, e a situação politico-economica do país se encontravam no racíocinio dele. Perguntei ainda se uma vez evidenciada a relação, ele poderia de fato acreditar nessa mesma relação lógica aristotélica vagabunda, uma vez que o fim do século XIX trouxe consigo, graças aos estudos sobre campos eletromagnéticos, o começo do fim da matemática apoiada nos axiomas euclidianos, que ruiu por completo após os estudos de Frege, Russel, Einstein, Wittgenstein e Gödel, para ficar somente nos mais ilustres.
O casalsinho indie me olhou meio torto, sorriram meio sem graça, e falaram que a causa era política. Então eu recomendei que lessem Russel, Adam Smith, Maquiavel, o próprio Wittgenstein, e daqui a alguns anos um livro chamado "Moral como ferramenta de dominação política".
Virei as costas e fui embora, com a certeza que dessa vez meu humor não ficaria azedo.

terça-feira, março 11, 2008

Começou!

Guerra.
Sim, concordo com o imbecil do Mainardi quando ele diz que não somos um povo com experiência bélica, o que acredito ser um erro de administração pública. Deveríamos murar nossas fronteiras com paredes gigantescas e também com cercas elétricas para que cada cretino com muamba e droga que venha do Paraguai, da Bolívia ou de outro paiseco tosco desses, morra em agonia e dor, e vá importunar o capeta no inferno.
Começo então minha briga articular contra uma revista que nem ao menos é considerada parte da "grande mídia". Ela na verdade é considerada o salvo conduto, o norte do jornalismo entre os intelectualóides mediocres da usp & genéricos. A guerra é contra a revista Caros Amigos.
Cansei de toda aquela papagaiada emploada que se lê por lá. Fico enojado quando vejo alguém escrever "estadunidense" para declarar sua intolerância contra os Estados Unidos. Não aguento mais marxismo chimfrim de boteco. Fidel é um exemplo de presidente? Fidel ama seu país? Então porque ele tem o rabo cheio de dinheiro, viaja para os quatro cantos do mundo, e goza de milhares de benefícios que a população de Cuba não possui?
E para começar a disparar, escolho o Ferréz, colunista e professor do anti curso de jornalismo da revista [anti curso!!! Haja saco para aguentar tanta empáfia!]
Um sujeito que não ve a intencionalidade do autor [seja de livros, seja de filmes] nas obras que faz, e consegue ver preconceito em "Gigolô por acidente na Europa" é no mínimo paranóico.

segunda-feira, março 10, 2008

Ria se puder!

Dias atrás, e já faz mais dias do que eu gostaria, estava assistindo um programa de madrugada na tv. Sou um notívago, e produzo muito mais durante a madrugada.
No mesmo programa, foram Mv Bill e uma tal de Mallu, que é um hit na internet. A menina é nova, deve ter 16 eu acho.
No programa ela fez micagem, careta, bancou a indie envergonhada, e depois a artista que está em contato com o público. Tocou violão, gaita e cantou sozinha as músicas que ela mesma compôs em inglês.
E ela canta bem afinal. Aliás ela faz tudo isso bem, levando em conta a idade que tem.
Dizer que ela fez o sucesso dela só porque é muito rica e que nasceu e cresceu no Morumbi, e que teve aula de canto, violão, gaita e inglês patrocinados pelos pais, é mentira. Dizer que seu talento é fruto dos discos raros que ela ouvia da avó que na sua época também era abastada, soa como inveja tanto de seu talento como de sua condição social. Dizer que ela seria uma talentosa anônima não fosse os quatro mil de mesada que ela juntou do pai e dos avós em dois meses para gravar quatro demos em estúdio também é maldade.
Mas o MV Bill disse um treco que gravou... Disse que se ela fosse pobre e tivesse nascido no meio de uma favela, ela certamente não estaria exteriorizando as belas músicas que já produziu, e que por ventura produzirá. Se assim fosse, ela não teria discos rarinhos para ouvir, não teria aula de inglês, canto, violão e gaita, nem teria juntado os quatro mil.
Engenhosa a tal da Mallu é. Ela poderia ter todas as condições, mas simplesmente não querer criar. O que ficou em voga é que nada vem do nada, e que é necessário sim, dar condições para que a Mallu da favela consiga e faça o mesmo que a Mallu do Morumbi.
A piada é essa.

segunda-feira, março 03, 2008

Quão oportuno...

É um discurso padrão. Educação promove o engrandecimento do ser [humano?]. Educação faz com que o ser saia de sua casca vagabunda e as vezes mal cheirosa com crostas generosas de lama e lodo para com que a cada página virada, a cada fórmula decorada, cada peça assistida, cada música compreendida ele perca mais e mais de sua grossa e espessa ignorância e nasça um novo ser.
E esse ser, culto e inteligente, esse ser capaz das maiores abstrações e elucubrações será o futuro da nação. Por isso é tão importante estudar, porque um povo ignorante não é capaz de promover revolução, promover melhorias na sociedade.
Será?
Quem foi para as ruas nas diretas já? Quem fez a revolução para melhoria do povo? Quem foram os caras pintadas? Quem foi para a rua no caso Collor?
Claro que a mídia teve papel fundamental nesse processo, mas quem estava lá, servido de ferramenta, talvez, que seja,não importa, para a mídia, eram os operários. Chão de fábrica.Gente sem estudo ou instrução. Gente que ouvia samba na esquina, não as orquestras de Wagner ou Vivaldi. Gente que jogava truco, não pôquer. Gente que bebia cerveja, não vodca russa ou uísque dezoito anos. Gente que fumava cigarro de palha, não Marllboro com piteira.
A classe média é muito boa em acender o cigarro, beber um capuccino no inverno, ler Sartre, e bancar um francês do século XVII. E essa mesma classe média produz coisa boa, tenho de admitir. Arnaldo Jabor, Loyla Brandão, Mino Carta, Nelson Rodrigues, Stphen Kanitz, Diogo Mainardi, Paulo Francis, Lya Luft, Mino Carta, e a lista é longa... infindável. É isso que a classe média da condições de ser criado.
Mas na hora de fazer acontecer, de agir, de ser... bom. Ai é o pinguço da esquina, vagabundo e desocupado quem luta por tudo isso. No final, claro, elegeremos o "mentor intelecutual" do processo, que será o camarada do século XVII.