sexta-feira, novembro 28, 2008

Macumba Profana

Revista Veja edição 2088. Uma matéria de duas páginas sobre Adorno, o filósofo crujistico.
Porra! Duas páginas sobre aquele velho rabugento! No meio da matéria o seu autor afirma que um dos defeitos de Adorno foi o que ele chamou de Macumba Profana: o marxismo.
Ai eu tive que rir.
Nem mesmo eu, reaça sacana de plantão me aguento com uma dessa. Chamar marxismo de Macumba Profana é foda demais. Não dá.
Eu abro a página da revista Mais Valia [www.maisvalia.org] e me deparo com uma revista que se propõe a "investigar, através de entrevistas e artigos teóricos, os fluxos de produção da mais-valia no interior do modo-de-produção capitalista atual". Repito. Não dá.
Eu poderia chamar a Veja de Mais Valia capitalista ou a Mais Valia de Veja marxista. Dá no mesmo. É tudo farinha podre do mesmo saco condenado.
Vivem me condenando por ser nietzscheano, mas quem além dele teve a audácia de se levantar contra todos os costumes e contra todo tipo de moral vigente, seja esquerda ou direita e tocar o puteiro?
A virada do século XIX para o século XX foi um Deus nos acuda, e em partes toda essa bagunça se deve ao prussiano bigodudo.
E que um dia essas porcarias todas percebam que melhor que defender ideologias ou posições políticas, é ter coragem para debatê-las, e abandoná-las quando necessário.
E pau no gato!

terça-feira, novembro 18, 2008

Tentando voltar ao comum após um período sem conseguir rir de mim mesmo

Mexi e remexi.
E pronto. Consegui fazer umas maracutaias que deixaram a recepção da antena lá em casa com uma imagem um pouco melhor. Só um pouquinho. Não faz sentido ficar muito tempo mexendo nisso. Gastar meu tempo para melhorar a imagem da tv é um absurdo por si.
Mas consegui. Minha mãe ficou mais feliz. Meu pai ficou mais feliz. Até minha cachorra, a Grampola ficou mais feliz. Pude perceber pelo seus latidos senis e o jeito como ela me suja ao pular com as duas patas em minhas camisetas limpas.
E depois de um tempo consegui sintonizar com alguma qualidade a MTV.
Só para perceber o quanto tempo eu tinha ficado out do mundo pop. Descobri que não conheço mais nenhuma banda que toca nas rádios ou que está fazendo sucesso com seus clipes. Descobri que não conheço quase nenhum Vj.
Aliás, confirmei que realmente sou um velho de 83 anos preso em um corpo distante dos trinta. Não consegui suportar ver nada daquilo. Nada.
Um dos programas era a Penélope na rua pedindo a opinião de adolescentes sobre temas que eles nem sonham existir para discutir. Tem-se uma idéia do que acontece... A filhota do Marcelo Nova corrigindo um moleque, dizendo que "mim" não conjuga verbo... Deus, não há limite para a degradação.
Envelheci. Fiquei velho. Rabugento. Não aguento mais o melodrama adolescente. Não suporto bagunça de estudantes em ônibus as onze e meia. Não quero nunca mais ouvir um(a) garoto(a) dizendo que o mundo acabou porque o namorado(a) não o(a) quer mais.
O diálogo sobre: festas/ficantes/fofocas/minha-mais-nova-melhor-amiga/meus-
pais-não-me-entendem/etc... me causa náuseas e vontade de enfiar uma boa e velha bicuda no cú de alguém.
E sim, já estou meio arrependido por ter gasto meu tempo com isso. Digo quase, porque ouvir o Gil Brother Away de Petrópolis fazendo receita de sopa marítima com o saquinho que o tubarão deixou na praia [muito obrigado tubarão, eu gosto muito de você], guimba de cigarro amarelo sem filtro, regado a vinho feito com o sangue que escorre do buraco que você faz com o dedo no sovaco do bode misturado com a baba do nariz do bode é reconfortante.
Away!

E para não perder o costume já perdido, dêem uma olhada nesse link, onde da para ver o perfil de todo mundo que concorreu em 2008 para prefeito bem como suas propostas de governo.
Vale pela raiva que vamos acumulando ao longo do tempo, ao perceber que nada foi feito.

http://www.estadao.com.br/nacional/eleicoes2008/euprometo/compara.php?ufx=SP&cid3=71072&ca1=1197&ca2=608&x=24&y=13

quinta-feira, novembro 13, 2008

Obrigado Jack & Familia & Amigos

É público e notório. Estou passando por uma bad.
Deixei de falar sobre política por um tempo, devido a um único motivo. Estou com problemas para me abstrair de meus problemas, que eu sei são banais, para realizar minhas inversões e inflexões. Simples assim. Eu tento fazer minhas analogias, minhas piadas reaças baratas, mas elas não saem como quero, então não posto. Sobra eu.
Sobra minha vontade de falar. Meu egocentrismo. Meu narcisismo. Eu, Caronte de mim mesmo.
Mas está passando...
Por isso, quero deixar registrado que agradeço a todas as pessoas, além de minha família, que me ajudaram nesse momento da minha vida que de longe está sendo o mais difícil. Me ajudaram com conselhos e opiniões, e broncas e tudo o mais. A lista, por incrível que pareça é longa.
Raphael Vareta. Um ex-aluno.
Males Malines. Um viking.
Cruj. Um sacana.
Mauro. Um safado.
Beat. Um beat.
Michel. Um mais que irmão.
Caçapa. Idem
Igor. Ibidem
Carlos. Ibidem.
Thiago. Um Corleone.
E por fim, a minha menina, Jaqueline.
Simplesmente não sei como teria suportado o peso das minhas desilusões mimadas por mim memsmo, das minhas crises, dos meus vazios, sem ela ao meu lado. Sei que deve ter sido complicado conviver comigo nesse meio tempo, mas em nenhum momento ela deixou de me amar ou mesmo de demonstrar isso para mim. Nunca saiu dos lindos lábios dela, uma única palavra negativa. Pelo contrário.
Sempre me ofereceu o carinho e o conforto que eu sempre desejei.
Obrigado minha menina por ser do jeito que você é. Eu farei tudo para que você seja muito feliz. Do jeito que você merece.
Te amo.

sábado, novembro 08, 2008

Tudo aquilo que ele precisa esquecer

Há muito tempo atrás eu fui jovem
tolo e inocente, rindo e sonhando com o futuro.
E eu teria conforto, uma bela casa
e meu mundo estaria em ordem.

Com tudo isso aqui, junto de mim
fui seguindo a vida do melhor jeito que pude
lendo sobre gente que já havia morrido
e ouvindo a música de tantos outros que já tinha vivido
assim como eu...

Disse um dia, sem ter ninguém que pudesse escutar
que alcançaria tudo aquilo que
me comprometi a ir lá buscar.

Mas como vocês acham que me senti
quando acordei e finalmente descobri
que para ser um homem honesto
do qual os meus filhos iriam um dia se orgulhar
eu teria que, assim como todos os outros
antes e depois de mim
aprender também a roubar?

E agora...? O que eu faço com o caminho que eu percorri?
E agora...? Qual o valor desse sonho que eu mesmo construi?

Não parecer ser muito justo, deveriam ter me avisado
que a dor do primeiro passo era o começo da história
onde eu terminaria frustrado

Eu deveria ter trocado de coração
e esquecido o gosto de uma bela canção...

A vida não foi feita
para quem não a deseja tanto, com
fome de vive-la totalmente
plena e perfeita.

E agora...? O que eu faço com o caminho que eu percorri?
E agora...? Qual o valor desse sonho que eu mesmo construi?

Revirando coisas velhas, perdidas no meu antigo baú
encontro fotografias de parentes cujo nome eu já me esqueci.
Liberto tristezas, dissabores e também alguns poucos amores
que duram, insistem em ficar e não se apagar.

A pergunta que vem a seguir é inevitável,
quero e posso, mas não vou controlar...
Mesmo sabendo que não importa quem seja o questionado
não haverá uma resposta que caiba neste pequeno espaço
de uma vida presa
de um velho de 83 anos, que resolveu por bem
viver no corpo de um jovem que ainda não está
sequer perto dos 30.

Ambos com a mesma existência
acumulando erros, acertos, ganhando somente experiência.

Afinal, eu queria saber o que os dias reservaram para mim
quando é verão e chove por chover
assim que a tarde chega
e o dia sabe que é seu fim...

segunda-feira, novembro 03, 2008

E assim ele olhou no espelho e ficou puto da vida

Eu devia dar um jeito de atualizar isso aqui com mais frequencia... mas não consigo. Falta grana, falta tempo. E quando eu tenho os dois, eu não tenho saco para escrever.
Mas eu gosto do Pub 66. Ele tem registrado parte de mim. Gosto disso.
Os últimos meses tem sido... difíceis. Posso dizer assim.
Muita coisa aconteceu. Muita coisa que se eu pudesse eu riscaria da minha vida. Começando com o Kassab ganhando a eleição, e terminando com minha infecção que me impede a cicatrização.
Rima idiota... até meus poemas pioraram...
Certamente, quando eu estava com meus quinze, dezesseis anos, planejando meu futuro, não foi isso que eu imaginei. Jamais. Pouco saiu como o planejado. A vida é Inaudita. Uma força para além de mim. Uma força que não posso sequer tocar.
Além de conhecer meu Raio de Luz, irmã de uma ex-aluna minha, não consigo me lembrar de mais nada de bom que saiu da filosofia. Nada.
Ler Nietzsche, Wittgenstein, Russel, Gödel, Rousseau, Aristóteles, Anaximandro... enfim, ler tudo o que li, e estudar tudo o que estudei não me ajudou em nada. Pelo contrário. Me trouxeram crises existênciais horríveis que me deixaram a beira da loucura e do suicídio no decorrer desses anos.
E não é só isso. Existem coisas que eu até gostaria de escrever aqui. Desabafar entendem? Mas não consigo. Simplesmente não consigo. Não que outras pessoas não se sintam assim, pelo contrário. É até normal.
Normal demais até...