terça-feira, dezembro 23, 2008

Recapitulando [sim, mais uma vez]

Entre erros e acertos, vitórias e fracassos, terminei o ano. Estou vivo.
O ano foi tenso para mim, e para o mundo também. A pior crise que o mundo já viu. Sim, pior que a de 29.
Me senti muitas vezes o próprio Buk, vagando horas e horas pelas ruas com um saco de pão se seco na mochila, sem grana para o ônibus. E nada de trampo. Quem em sã consciência contrataria um filósofo?
Era eu, a rua, o sol na moringa e minha cabeça voltada para poemas e letras, e teorias.
Escolhi meu caminho. Escolhi qual rumo seguir. Não sabia que seria tão ruim assim, como está sendo, mas estou me preparando. Cada dia de cada vez. [sim, um clichê.]
Parafraseando Fante, 2008 foi um ano ruim.
Mas esse ano foi um ano de mudanças... Gabeira perdeu no Rio, o que foi uma bosta, mas o Obama botou pra fuder nos EUA. Passei a confiar mais no meu país [Deus... eu disse isso?], e perdi um pouco da confiança que tenho em mim. Preciso estudar ainda mais, para recuperá-la.
Apanhar do PT me abriu os olhos para algumas coisas, assim como não lecionar. E participar do esquema eleitoral do C.A na faculdade foi algo bom.
Só quero que não se esqueçam de tudo o que foi feito durante esse ano. Das promessas vazias do presidente [a crise não nos afetará], das promessas cafajestes dos prefeitos, e essas carambolas todas.
Um bom fim de ano e um bom natal.
Até um outro dia.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Quando a imagem no espelho acaba de mudar

É complicado. Criamos uma imagem de nós mesmos. Quando nos olhamos no espelho precisamos de alguma imagem que remeta ao reflexo que ele mostra. Esta imagem se revela com os nomes que damos a nós mesmos. Fulano é engenheiro, Cicrano é advogado, Beltrano é médico. E por ai vai.
Eu não fujo a regra que eu mesmo inventei. Eu me olho no espelho e vejo um filósofo. Via um bom filósofo. E aqui, não há ego. Tanto não há, que assumo meu erro. De verdade, sem ironia desta vez.
Fiz a prova do Estado para saber qual seria minha colocação para a atribuição de aulas em 2009. Acabei de conferir o gabarito. De 25 questões, acertei somente 13 questões.
13 de 25.
Ridículo. Eu esperava muito mais de mim mesmo. Absurdamente mais.
Agora tenho que encarar o fato de que não sou o filósofo que acredito ser. Pelo contrário. Sou um filósofo mediano, desses que eu vivo criticando, gozando.
Seis anos após iniciar o curso de filosofia, eu admito. Fracassei.
Não tenho emprego na área, não adquiri o conhecimento que deveria.
Meu mais sincero pedido de desculpas a todas as pessoas que acreditaram em mim nesses anos todos. A todos aqueles que acreditaram que eu era bom naquilo que eu fazia.
Até aqui, foi em vão.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Raffa against MTV - b part!

Sou uma pessoa de hábitos estranhos, como o resto de nós. Mais do que ler Wittgenstein, ou mesmo Nietzsche, as vezes prefiro o sacana do Karl, quem sabe até Kant. Ao invés de ouvir Pearl Jam, as vezes prefiro escutar um pagode bem nojento e pegajoso.
Porque?
Porque assim consigo ficar com raiva e então meu cérebro entra em erupção. É ai que as coisas começam a ficar engraçadas. Quando sou provocado. Quando ninguém me provoca, eu mesmo o faço. Mais ou menos o leão que se debate na jaula, parafraseando Nietzsche.
É por isso que sigo assistindo MTV. Gosto de uns trecos lá. Hermes e Renato, 15 minutos. Descobri umas bandas legais que fogem do meu gosto musical, como Jonas Brothers por exemplos.
Mas na terça feira vi um programa desses. Conseguia ser pior do que conversar com um indie. O programa era sobre o aniversário de dezesseis anos de uma garota dos Estados Unidos. Ela diz que somente algumas poucas pessoas vão a sua festa, pois nem todos estão a sua altura. Faz escarcéu com o pai por querer um mercedes de aniversário e o pai se negar. Diz que as amigas a invejam por ela ser muito linda. Diz ainda que os amigos também a invejam por ela ter dinheiro e poder dar uma festa como a dela. Ela liga a festa a sua imortalidade dentro do colégio. Enfim... ela fala e acontece e no final ganha o carro de presente do pai e com isso ela afirma que tudo o mais é resto. Inclusive o namorado flertando com outra.
Moral da história? Não há moral. Pelo menos não a comumente aceita. É nessas horas que eu me felicito por ter cursado filosifa e ser um pé rapado...

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Nostalgia precoce?

Hoje é dia dez de Dezembro de 2008.
Tudo o que eu devia ter feito na faculdade eu fiz. Trabalhos, provas. A merda toda.
Estou aguardando para saber como me sai. Minhas notas e tudo o mais. Uma vez com tudo em ordem, eu deixo de ser um estudante de filosofia. Fico sendo apenas um filósofo desempregado.
Lembro de um filme, "Dragão: A História de Bruce Lee" [sim, eu adoro filmes de artes marciais!] onde sua futura mulher Linda pergunta o que ele espera sendo um filósofo [Bruce Lee era formado em filosofia além de ser uma máquina de bater].
Ele responde: "Vou filosofar sobre estar desempregado." Perfeito. O cara era um gênio.
E agora, comigo aguardando os resultados, eu me pego assim, nostalgico. Me lembrando do guri de dezessete anos que pela primeira vez pisou numa universidade, sem saber a bosta que era. O guri cheio de sonhos adolescentes em alta definição. [Porque "viver não faz falta quando o sonho é em alta definição" - Astromato, banda paulista.]
O grunge, o punk. Mudança de curso. Administração em Comércio Exterior, para filosofia. Alegrias, sorrisos, choro, frustrações, mais alegrias, rolamentos na grama, futebol viking, rolinho porrada, brigas, porres, confusão, ser espancado pelo PT, ajudar a fundar o C.A., participar da história do curso, passar um pouco de fome, mais sorrisos, mais alegrias, amigos que chegam, amigos que vão, ser monitor, um TCC que vale uma dissertação de mestrado, gritos animalescos, ver gente mijando de frente para quarenta garotas e garotos, discussões políticas, palestrar, ser um beat... e ainda um grunge. Tudo isso dentro das grades que nos cercam. Se for falar tudo o que houve do lado de fora dessas grades... nem rola.
E no saldo geral, ainda sou o mesmo grunge que se entope de ouvir Pearl Jam.
Ando meio sentimental, e como não me importo, torno a agradecer as todos os que me fizeram chegar onde estou, vendo os horizontes que enxergo.
E sim, eu te amo minha guria. Só você que tem a cura pro meu vicío de insistir em tudo o que eu ainda não vi. Quanto aos espelhos, deixa pra lá, cansei de ver um mundo doente. Hoje eu não quero chorar.
Vou pegar na sua mão e então nós vamos voar por ai.