sexta-feira, maio 29, 2009

porque gosto de girassóis e cartas e as vezes sou feito somente de palavras


porque eu gosto de flores.
sim, o brucutu, o animal aqui gosta de flores sim. sempre gostei. e quem me conhece há mais tempo, e o suficiente vai se lembrar de eu falando em querer ser jardineiro em algum momento da minha vida (provavelmente na velhice). isso antes de ler Wittgenstein, é bom que se diga.
e gosto de mais coisas ainda.
gosto de receber cartas. gosto mesmo. quem hoje em dia manda cartas para alguém?
gosto também quando meus escritos, minhas palavras não morrem no vento. porque muitas vezes as palavras são aquilo que eu sou. eu sei que pode soar piegas, mas elas representam minha alma.
e quando alguém pega minha alma e dá a ela um corpo... aí é foda. aí cara... é muito foda.
um corpo com nome: "entre versos, sonhos e amor".
um corpo editado, cuidado com carinho, feito a mão.
e o que sai de mim, volta. e sentimentos, e palavras e tudo que me é valioso se torna uma estrada de mão dupla...

terça-feira, maio 26, 2009

clichê

caralho.
pronto. falei.
não aguento mais a rotina. não a minha. a que vejo. todos os dias ouço falar sobre as mesmas coisas em jornais, revistas, sites, blogs, blá, blá. blá.
há excessões? sim. há.
ainda existem pessoas que escrevem bem pra cacete e mesmo assuntos velhos se tornam novos.
mas tão raras... tão raras. e afinal de contas, não é esse meu caso. na minha mão o velho se decompõe. de tão mais velho que fica.
é sempre desgraça. pai que mata filha, tiroteio na favela, roubo em bairro de classe média. são paulo que perde. ou então infantilidade. ronaldo que fala, um ator que se separa, lula que nos maltrata. saca? será que só eu fico de saco cheio? quero escrever, quero tirar a raiva do peito, mas ai eu paro e penso.
"é... sou só mais um idiota que se acha intelectualizado".
outros farão isso por mim. quero falar, mas quero que coisas novas sejam ditas. o problema é que não consigo falar sobre coisas novas, enquanto as velhas continuam me espezinhando.
enfim... desabafo de um rabugento.
e sim, troquei o conhaque pelo café.

domingo, maio 24, 2009

go go go!!!

jardim da lua:
http://www.fotolog.com.br/dgiseled

"O que move esse mundo tão podre?
é a preguiça das pessoas que me faz sentir pena de vê-las respirarem
a cidade hoje dorme e eu continuo a rodar"

"E como elas vão continuar criando seus filhos?
[...]
vão carrega-los pelas suas pequenas mãozinhas
pra quando crescerem humilharem seus funcionários
e vai passar no noticiário, como todas as noites
os assaltos que aconteceram nas últimas horas"

"E as tantas músicas e os protestos, e as caras pintadas pra guerra?
nada disso passa de barulho"


eis alguém que também escreve com a bílis. da um pulo por lá. é alguém falando sobre questões que deveriam ser discutidas mais vezes.
com frequência.
ao invés de lermos apenas shakespeare, que leiamos o que o moleque não escreve por estar com uma foice nas mãos. e vista, se a carapulsa servir.
no final fica o meu desejo de que quero "matar o ser humano para que eles vejam o quanto se corroeram"

sexta-feira, maio 15, 2009

z & r

não sou conhecido por fazer as coisas da maneira mais fácil. ou da mais difícil.
sou conhecido por fazer as coisas a minha maneira. e nem sempre ela é aquela que outros esperam.
e é assim que eu me sinto vivo. sinto que a vida está nas minhas mãos e não o inverso.
é assim que zaratustra dança. é assim que o raffa sorri.

com outros ares mais frios talvez.

quarta-feira, maio 13, 2009

perfume

e tem dias que o tédio se vai, claro porque não?
há momentos em que até mesmo o tédio desaparece. são momentos raros, e talvez seja de certa forma bom que seja assim. o limão é mais amargo depois de encher a boca com mel, e o inverso da proposição é tão verdadeira quanto.
dia doze de maio foi um dia assim. um dia desses. combinado, o dia não teria acontecido como aconteceu.
e lá estava um novo perfume em meu quarto. literalmente.
sei que de repente eu estava com seis páginas de um pequeno ensaio sobre o momento cultural europeu no final do século XIX e começo do século XX, bem como a ruptura do modelo geométrico euclidiano, dando vazão aos modelos de geometria elíptica e hiperbólica e a ruptura de pensamento no campo da matemática com Gödel e na filosofia da linguagem com Wittgenstein. ainda teve dois contos escritos ("um dia daqueles..." e "o vazio das minhas rugas"), e mais vinte páginas do livro que ando escrevendo, "350 passos. todos na direção errada". (obrigado pela dica do nome gabriel)
nunca comentei sobre isso, mas 350 passos é o final de uma trilogia (porque trilogias estão na moda) que começa com "como encher com terra o buraco onde sepultamos nossos sonhos" e que segue com "R$ 12,90" mostrando a infância, adolescência e juventude de Luca Bonnano, um Henry Chinasky de terceira categoria.
terminei o dia com mais seis ou sete poemas.
porque sim, eu gosto de flores. agora, principalmente, girassóis.

sábado, maio 09, 2009

insônia e um raffa diferente...

insônia.
cá estou eu mais uma vez. pensando e pensando. é só isso que eu faço. fiquei os últimos anos da minha vida aprendendo a fazer isso. aliás, é somente para isso que cursar filosofia me ajudou até agora. para pensar. ter insônia. ficar horas e horas com a mesma coisa dentro da cabeça.
e ai roda pela minha cabeça tudo e nada. aquilo que eu queria, e também aquilo de que eu deveria esquecer.
coisas que se foram. coisas que virão.
enfim... só mais um dia, como eu vivo dizendo...
e as pessoas certas nos lugares certos, e as pessoas erradas nos lugares errados...
raro, mas deixo um beijo para algumas pessoas somente. quem o receber saberá.

sexta-feira, maio 08, 2009

tédio

lá está o lula dizendo que ta de boa viajar de avião com a marisa usando meu dinheiro. e tem um outro canalha dizendo que o desgraçado que construiu o castelo é alvo de injustiça. e a marta se preparando para se candidatar. e collor subindo que nem um foguete na política. aliás, collor, amigo de lula. que é o cara. o barack obama disse.
em são paulo expansão do metrô. a coisa pífia tida como uma revolução. china crescendo a dez por cento o ano. e chineses ganhando dez centavos o dia colhendo arroz. e eu dizendo a mim mesmo que não preciso de outra pela para não explodir. ah... a bílis ta fervendo. os dois socos que tomei no nariz não foram nada. nem quebrou, ve se pode. preciso de mais. preciso de facas quentes entrando fundo no cérebro. preciso de algo que me faça despertar. algo que me leve para outro lugar. além das merdas que se vê na tv. além dos pombos voando atrás de migalhas. além das nuvens de chuva e dos ratos que procriam.
porque o mundo continua na mesma, e só uma meia dúzia de doido saca isso. ai sobre a indigestão da noite, pode apostar.

quarta-feira, maio 06, 2009

bocecjo

é...
tudo estranho demais para mim. tudo complicado demais para mim.
sei lá como descrever, mas acho que todo mundo já sentiu esse rosnado dentro do peito.
creio que qualquer um sabe do que eu estou falando... essa vontade doida de mudar. de repente até mesmo o horizonte se torna uma prisão. vou ficando mais fino, como se a vida passasse por mim e me esticasse. como se as pessoas certas estivessem nos lugares errados... tão longe, tão longe... alguns estados de distância. e o que eu faço com tudo aquilo pelo qual me esforcei? cadê aquele papo piegas de que você colhe o que você planta?
sem ego, sem vaidade... mas porra. acho que fiz por merecer. tcc com qualidade de um formando de mestrado uspiano. monitor na faculdade. palestrante. pesquisas concluidas. aplaudido por doutores. chamado para pesquisar para o maior curso de pós-graduação que esse país já viu, pela unifesp. curso que, creio, foi engavetado... e eu me fodi mais uma vez...
uma vida sem muito rumo, sem muito sentido. caralho... é como se fosse uma estrada de mão única sempre, e eu não devo ter visto a placa que dizia "'última saída para seus sonhos, próxima à esquerda".
ao invés disso, me resta a miséria da existência. um simples bocejo da natureza diante do cosmo...

segunda-feira, maio 04, 2009

ando ruminando. sobre o que?
sobre nascer, crescer, estudar, trabalhar, comprar casa, carro, viajar. ficar famoso, ser reconhecido, ter o ego inflado. e fazer tudo aquilo que é já foi feito. ai repete-se tudo de novo. e por fim morrer.
não há nada além? vivemos da mesma maneira a séculos. será sempre assim? um homem grego há dois mil anos atrás, em uma fila grega para comprar seu pão grego, devia pensar mais ou menos o mesmo que nós. ter família. viver. comer. ter como se locomover. coisas assim.
pra que?
vai saber...
eu sei que ainda tenho um pouco de sonhos guardados comigo, cores melhores para ver. e enquanto eu vou caminhando o sol está nas minhas costas de um jeito belo demais para ser desse mundo. uma sensação reconfortante. a minha frente um cachorro sarnento se cansa de brigar com suas pulgas e vai se transformando em uma bola de pus.