sábado, fevereiro 21, 2009

19/02/2005

Eu estava deitado no sofá, assistindo televisão. Não me lembro o que. Não era importante. Por volta das dez e meia eu ouço barulho no portão. Minha prima entra gritando porta adentro. Minha mãe desce as escadas, já chorando. Eu fiquei sem saber como reagir.
- A tia morreu... - diz minha prima - A tia morreu.
Deus... e agora...?
Sem ter mais o que fazer, chorei.
Nada parecia ser real. Eu me sentia como éter de um sonho macabro. Mas era verdade. Uma das pessoas que mais amei nesse mundo, que mais me quis bem, tinha ido.
A pessoa mais doce, mais fabulosa que eu já tinha conhecido até então. Um exemplo de bondade, de amor.
Eu aprendi a mentir com metáforas. Descobri o segredo das palavras e o que está por trás delas. Vivi sentimentos e sensações... Mas não consigo até hoje entender porque ela não está aqui.
Eu era pedra, e a luz dela me fez estrela.
A respiração que não vinha, páginas de um passado amassado, de dias que eu queria ter passado sendo mimado em seus braços. E todo carinho transformado em mais que distância... Não parece justo...
E sempre que paro e penso, e sinto e repenso eu vejo... ela parece estar aqui. Cuidando de mim dentro de seu abraço. Vivendo outra vida através de meus passos.
Nessa semana eu passei lá uma vez mais, como faço todos os anos, e conversei com ela. Por fim deixei um retrato meu mostrando o quanto eu mudei.
Fui embora, e ela continuou dormindo mais próxima de Deus...
Obrigado Dona Maria Antônia de Lima..

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Wittgenstein e a Novela - part II

E onde eu quero chegar?
Bom a linguagem não consegue alcançar nada de absoluto. Beleza.
O que seria bom absoluto não pode ser pensado. Só o bom relativo. Relativo a quem avalia. Isso justifica pensar que um tenista pode jogar péssimamente para seu padrão e muito bem para seu próprio padrão. Nada de anormal.
Temos um ato e dois julgamentos sobre o mesmo ato, e se ambos tem valores diferentes é sinal que o objeto em si, não possui valor algum, é antes disso o ser que o valoriza, e isso podemos pensar. Pensar assim, é o que Wittgenstein diz que é o ato de pensar.
Pois bem... diga agora, o que é melhor - ou o que seria "mais bom" -

Sonho de Uma Noite de Verão - William Shakespeare
Irmãos Karamázov - Fiódor Dostoiévisky
Guerra e Paz - Leon Tolstói
Lost - Seriado Cult
Big Brother Brasil 9 - Reality Show apelativo
Novela das Oito - Programa da TV Globo

[tempo para pensar...]
Sim... são todos iguais. Todos valem a mesma coisa. E fim de papo.