sexta-feira, maio 11, 2007

O fim

É o fim
Querido amigo
É o fim
Meu único amigo, o fim
Dói te libertar
Mas você nunca iria me acompanhar
O fim do riso e das leves mentiras
O fim das noites em que tentamos morrer
É o fim.

Por enquanto o fim...
O pub 66 fechou.

terça-feira, maio 08, 2007

As flores que plantei...

Eu havia jurado pra mim mesmo que não faria o que estou fazendo agora. Lembro que havia dito pra mim mesmo que isso seria uma barreira que não seria ultrapassada por mim.
Mas eu não me prendo a promessas. O efêmero, é o que é. E portanto serei também o que eu sou no instante agora.
Desta vez entretanto ao contrário de tantas outras vezes, eu creio ter um bom motivo para minha quebra de promessa.
Como eu já comentei por aqui, sou professor do ensino público, e eu havia prometido a mim mesmo, que jamais relataria os ocorrido em sala durante o meu dia a dia. Primeiro porque eu pensava que tais fatos seriam sacais. E segundo porque isso seria uma violação da vida dos alunos. O que eles fazem na escola devem ficar lá. É uma parte da vida deles, e eles fazem com ela o que bem entendem.
Entretanto eu confesso. Fiquei surpreso, nesse um ano e meio de experiência no ensino público.
Tive uma aluna, Marina Castilho (também conhecida como Marina Alalá) que se modificou demais enquanto minha aluna. Sua base já era ótima, e ela elevou tudo isso a uma potência incrível! Há também a Camila (Ska) que aplica tudo o que aprendeu comigo em sala de aula na vida. Mesmo que as vezes inconscientemente, o que é ainda melhor.
Este ano, cinquenta alunos me procuraram para montarmos uma oficina de filosofia, fora do horário de aula, e sem vinculo algum com escola. A iniciativa, partiu de um aluno chamado Kauê Zabuto. Parece que eles gostaram mesmo de filosofia... isto supera todas as minhas expectativas.
Agora, o motivo por eu expor estes fatos, foi uma aluna minha, e desta eu não revelo o nome, que perdeu o pai assassinado.
Ela me procurou, e me disse que, quando recebeu a notícia, a primeira coisa que pensou foi em minhas aulas. Tentou usar o que eu ensino a eles, para amenizar tamanha dor.
Quer dizer... pensou em minhas aulas!
Porra!!!
Em meio a tanta idiotice, eu devo mesmo estar fazendo alguma coisa de certo nessa vida. E os meus alunos são aqueles que me mostram isso, quando estou deprimido, ou insatisfeito com a vida. Obrigado, a todos vocês.
São eles, as flores que eu planto no deserto pelo qual atravesso...