terça-feira, novembro 28, 2006

A quem interessar possa...

Lá estamos nós de novo...
Sentados em um banco de bar, ou na cafeteria bonita. Ou na baladinha legal, com pessoas legais.
Todos bonitos, falando sobre a novelinha de ontem.
E daí, que o PIB do país não cresce o suficiente pra cobrir os gastos do governo? E daí que temos um presidente analfabeto? E daí que a oposição tem teto de vidro?
Foda-se!!! Ontem teve jogo do São Paulo. Ele foi campeão!
E daí que temos um páis desgraçado, onde ninguém é punido? E daí que o Palocci ainda decide coisa pra caralho no governo? E daí que o Mino Carta é amigo de trinta anos do presidente e usa seu samanalzinho de merda pra xingar o filho de terceiros? E daí que o presidente apoia isso e ainda enche o rabo do Mino de dinheiro? E daí que a Band recebe mais investimentos depois que o Lulinha, filho do ignorante, tomou posse do canal 21?
O Fulano beijou a Cicrana ontem na novela. O Beltrano vai sair hoje pra "arrasar na pista"! Ele passou os últimos meses na academia pra ficar bombadinho pras menininhas!
E daí que o Evo Morales cagou na boca do país? E daí se não existe nada que melhore sua vida? E daí que você é mediocre e desgraçado e não se importa com nada além do que possa entender? E daí se você tem teorias próprias pra tudo e que seu mundo é perfeito?
Teoria de cú é rola! O café é amargo.
Que se foda a merda do bolsa família. Ninguém quer esmola.
Mas como a Dignidade tá em falta... serve uns trocados pra cerveja.
Mas é claro que os USPianos defendem o governo... é um governo de esquerda! Foda-se o neo-liberal. Fodam-se os tucanos. Ficamos com nossas ideologias.
Você pode ficar com a fome. Com a miséria. Com o que é podre e sem razão.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Corda bamba

Porque eu gosto de corda bamba?
Pelo simples fato de que de ambos os lados estão a porra de um abismo. Enorme e negro pedindo que eu pule de cabeça e acabe com essa vida miserável. Mas eu sou miserável, por isso continuo com a vida.
E na corda bamba, lá estou eu me equilibrando, sem ninguém do lado. As vezes tenho um copo de gim ou de vodka na mão, o que piora as coisas. A visão turva e eu quase caio. O diabo ficaria feliz talvez. Mas eu quero que ele se foda também.
Atrás de mim ficam os passos que já dei. A frente o incerto, pois eu estou preso ao presente, como diria o Agostinho. (O pseudo-santo, não o da Grande Família, que é bem mais engraçado).
No planalto um barbado fala merda com erros de português. E talvez isso seja bom. Eu trocaraia toda essa merda de país por um cabrito gordo. Um lugar que vale um cabrito pode ter um analfabeto na liderança. Não ligo mais. Ou não, tô me lixando pra coerência, e pra não-contradição. Cuspo pra cima com freqüencia. Quando cai na cara eu adoro.
E das pessoas que me fizeram sofrer um dia, saiba que o diabo prometeu você pra mim, e eu tenho muito tempo pra foder sua vida. Isso aqui ainda vai ficar pior.
Eu na corda bamba, com um idiota nove dedos balançando a merda da corda, com uma litro de vodka na mão. E de lá de baixo está um pessoal atirando em mim...
Adoro minha vida.

terça-feira, novembro 14, 2006

Antítese

Juliano Carlos de Lima, vinte e três anos.
Meu primo, morava no Paraná. Cresci com ele sabe?
Ele era tudo aquilo que eu queria ser quando era mais novo. Tudo aquilo que minha mãe queria que eu fosse. Sério, responsável, elegante, gentil, bem humorado, popular, de bem com a vida, divertido, bonito. Lembro que todas as garotas da cidadezinha queriam ficar com ele. Bons tempos...
Tinha um bom emprego e um futuro promissor. Namorava com uma garota, a Cristiane de vinte e dois anos.
Ambos eram noivos, e se casariam em qualquer dia de dezembro. Eu provavelmente não iria no casamento deles. Não porque eu não gostava do Juliano, pelo contrário. Eu amava aquele moleque. Crescemos juntos. Quantos conselhos ele já não me deu? Quantas broncas?
Ele parecia um velho. "Raffa, você tem que se endireitar...", "Raffa você tem que se ajeitar..."
Eu provavelmente não iria porque estaria trabalhando, e ele mora no Paraná, eu em Sampa. Nada, nada, são oito horas de viagem. Isso se você não tiver vontade nem de ir no banheiro mijar.
Então veio a notícia...
O Juliano, o cara que era tudo o que eu não era, o cara que eu admirava, meu primo, minha antítese, havia falecido domingo dia doze de novembro de dois mil e seis.
Ele e sua noiva em um acidente de carro. Morreram, sem mais nem menos.
Eu ainda estou perdido. Porra... eu cresci com ele...
Caralho. Meu primo... sangue do meu sangue.
Saímos de casa uma hora da tarde do domingo. Chegamos lá nove horas no velório... Velório... ele e a noiva dele, juntos. Um do lado do outro. É foda... A mãe dele desesperada... inconsolável. Nada no mundo ajuda nessas horas. Eu acho.
Eu não iria no casamento mas fui para o enterro deles. Para o enterro. Caralho, estou chorando de novo... que porra de primo eu sou?
Nessas horas, eu juro, ser ateu não ajuda. A mim a palavra não consola.
A mim, só resta o ódio...

quarta-feira, novembro 08, 2006

Picolé de morango e Economia

Desce um café doce pra Senhorita Lucy. Caprichado porque ela é convidada de honra por aqui. Assim como todo mundo que está linkado ai ao lado.
Para a senhorita Camila, um bom prato de Macarrão com sal. Ela gosta, e me deu de brinde uma das melhores tardes que alguém pode ter. Muita conversa e boas risadas... Que bom seria se eu fosse o senhor do tempo, assim eu o pararia nas melhores partes... Mas os dias se arrastam sempre assim.
Enfim...
Uma das regras básicas da economia diz que quanto mais um produto existe no mercado de consumo, menor é seu preço para o consumidor final.
Eu adoro picolé de morango, mas odeiro picolé de guaraná com uva verde. Todo tiozinho que vende picolé, sempre tem um de morango na mão. Já picolé de guaraná com uva verde eu só vi uma vez, no interior do Paraná. Então porque os dois picolés custam os mesmo malditos cinquenta centavos?