quarta-feira, maio 13, 2009

perfume

e tem dias que o tédio se vai, claro porque não?
há momentos em que até mesmo o tédio desaparece. são momentos raros, e talvez seja de certa forma bom que seja assim. o limão é mais amargo depois de encher a boca com mel, e o inverso da proposição é tão verdadeira quanto.
dia doze de maio foi um dia assim. um dia desses. combinado, o dia não teria acontecido como aconteceu.
e lá estava um novo perfume em meu quarto. literalmente.
sei que de repente eu estava com seis páginas de um pequeno ensaio sobre o momento cultural europeu no final do século XIX e começo do século XX, bem como a ruptura do modelo geométrico euclidiano, dando vazão aos modelos de geometria elíptica e hiperbólica e a ruptura de pensamento no campo da matemática com Gödel e na filosofia da linguagem com Wittgenstein. ainda teve dois contos escritos ("um dia daqueles..." e "o vazio das minhas rugas"), e mais vinte páginas do livro que ando escrevendo, "350 passos. todos na direção errada". (obrigado pela dica do nome gabriel)
nunca comentei sobre isso, mas 350 passos é o final de uma trilogia (porque trilogias estão na moda) que começa com "como encher com terra o buraco onde sepultamos nossos sonhos" e que segue com "R$ 12,90" mostrando a infância, adolescência e juventude de Luca Bonnano, um Henry Chinasky de terceira categoria.
terminei o dia com mais seis ou sete poemas.
porque sim, eu gosto de flores. agora, principalmente, girassóis.

2 comentários:

Anônimo disse...

Elaine Cristina disse...

Bem disse o Torero em seu blog:

"...pelo primeiro beijo não se conhece a namorada, pela primeira página não se adivinha um livro e pela primeira cena não se sabe como terminará o filme.
...pela primeira rodada não se conhece o campeonato."

Pelo primeiro texto do mês não se conhece o Raffa! E nem pelo segundo ou o terceiro! É um moço inconstante, talvez sempre inconformado. Bem refletido por suas palavras. Ou elas me enganam?